Myrtaceae

Acca sellowiana (O.Berg) Burret

Como citar:

Lucas Moraes; Eduardo Fernandez. 2018. Acca sellowiana (Myrtaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

465.386,40 Km2

AOO:

676,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

No Brasil a espécie ocorre nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, associada principalmente à Floresta com Araucária (Fiorentin et al., 2015; Flora do Brasil 2020, 2016; Vettorato et al. 2011). Fora do país ocorre naturalmente no Uruguai e Argentina (Backes e Irgrang, 2002). Considera-se o centro de dispersão da espécie a região serrana catarinense juntamente com seu prolongamento nos Campos de altitude do sul do Paraná e a serra do nordeste do Rio Grande do Sul (Santos et al. 2011)

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2018
Avaliador: Lucas Moraes
Revisor: Eduardo Fernandez
Categoria: LC
Justificativa:

Acca sellowiana (O.Berg) Burret é uma espécies arbustiva à arbórea, não endêmica do Brasil, ocorrendo naturalmente também no Uruguai e Argentina. No Brasil, é amplamente distribuída (EOO = 422,508.95km²) em todo sul do país, associada principalmente à Floresta com Araucária (Fiorentin et al., 2015; Flora do Brasil 2020, 2016; Vettorato et al. 2011), e sendo seu centro de dispersão a região serrana catarinense juntamente com seu prolongamento nos Campos de altitude do sul do Paraná e a serra do nordeste do Rio Grande do Sul (Santos et al. 2011). Possui valor econômico devido a sua madeira e frutos saborosos (Back et al., 2009; Backes e Irgang, 2002). Das ameaças incidentes, a espécie foi registrada em áreas a qual sofreu perturbações ao longa da história, devido ao corte seletivo, pastoreio e pisoteio de gado. Além disso, a espécie está sujeita as ameaças dos ecossistemas em que ocorre (Vettorato et al., 2011; Aguiar et al., 2012; Mauhs, 2002; Téo et al., 2014). Apesar das ameaças, a espécie ocorre em pelo menos cinco unidades protegidas (Fiorentin et al., 2015; Pscheidt et al., 2014; Sonego et al., 2007; Hoffmann et al.,2015) e possui alto potencial ambiental, sendo recomenda em plantios em áreas degradadas e como ornamental (Barbieri e Heiden, 2009; Costa et al., 2016; Sociedade Chauá, com.pess.). Além disso, a espécie vem sendo produzida para fins de produção e conservação (Sociedade Chauá, com.pess.)

Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em Repert. Spec. Nov. Regni Veg. 50: 59. 1941, descrita como Orthostemon sellowianus O. Berg, Linnaea 27: 440. 1856. Conhecida pela sinonímia de Feijoa sellowiana (Landrum, 1986).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: Apresenta alto potencial comercial, porém ainda é pouco difundida no Brasil, com poucos cultivos comerciais no país, destaque para pomares nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais (Santos et al.,2011). A produção destaca-se principalmente no Uruguai e na Nova Zelândia onde há cultivo e exportação dos frutos. A madeira é utilizada para lenha e carvão (Landrum, 1986; Brack et al., 2009). Possui valor ornamental, em razão das flores, frutos e folhagem atraentes (Brack et al., 2009). Além disso a Feijoa é recomendada para plantios em áreas degradadas em função de potencial atração da fauna (principalmente aves) e bom desenvolvimento em ambientes ensolarados (Barbieri e Heiden, 2009).

População:

Detalhes: Em estudos da composição e estrutura do estrato superior (arbóreo) em áreas de Floresta Ombrófila Mista, no Estado de Santa Catarina, Higuchi, et al. (2012) registraram no município de Lages 40 indivíduos por hectare (indv./ha), Silva et al. (2012) obtiveram valores inferiores (8 indv./ha, frequência de 20%) para o mesmo município, e Pscheidt et al. (2014) encontraram 3 indivíduos na borda do fragmento florestal estudado e 4 indivíduos no interior; Ferreira et al. (2016) em Bom Jardim da Serra registraram 96 indv./ha, onde a espécie foi a sexta com maior valor de importância; no município de Painel a espécie obteve o terceiro maior valor de importância (7,84%) (Higuchi et al., 2013); em Urubici, no estudo realizado por Lorenzini (2006) a espécie esteve presente em todos os remanescentes florestais analisados (24); no município de Urupema foram encontrados 5 indivíduos e densidade de 9 indv./ha (Martins et al., 2012); no município de Caçador em duas áreas sem influência da pecuária obteve-se 6 e 0,05 indv./ha, nenhum indivíduo da espécie foi encontrado em área antrópica (Téo et al., 2014); no primeiro estádio de estudo do Inventário Florestal de Santa Catarina (IFFSC) registrou-se um total de 50 indv./ha (Vibrans et al., 2011); no Planalto Serrano Catarinense (bacia superior do rio Uruguai) em estudos de 24 remanescentes florestais entre os rios Pelotas e Canoas, a espécie foi localizada em mais de 50% dos mesmos; Meyer et al. (2013a) encontraram 68 indivíduos dentro 143 unidades amostrais do IFFSC. No Estado do Rio Grande do Sul, Rorato (2012), no município de São Francisco de Paula registrou 11,8 indv./ha da espécie; na floresta do rio Piratini foram encontrados valores próximos com 12 indv./ha (6 indivíduos) (Soares e Ferrer, 2009); no Parque Nacional de Aparados da Serra a espécie foi pouco expressiva (1 indv./ha) (Santos et al., 2015); no Parque Nacional de São Francisco de Paula 6,90 indv./ha (Sonego et al., 2007); em Pelotas registrou-se uma baixa densidade, onde foram observados entre um e cinco indivíduos no total das amostragens (Venzke, 2012); em São José dos Ausentes nas cinco áreas indicadas com de abundância da espécie, A. sellowiana ocorreu em duas com 7 e 5 indivíduos em cada (Vettorato et al., 2011). No Estado do Paraná, no município de General Carneiro, A. sellowiana enquadrou-se com 25% de frequência, apresentando comportamento estável na década do monitoramento (Mognon et al, 2012). Em estudos da composição e estrutura do estrato inferior (subosque) em áreas de Floresta Ombrófila Mista no Estado do Rio Grande do Sul, Mauhs (2002) registrou 20 indv./ha no componente juvenil e 0,21% estava regenerando; e em São Francisco de Paula 11,8 indv./ha (Rorato, 2012). No Estado de Santa Catarina, por meio do inventário florestal registrou-se 84,80 indv./ha (14 indivíduos) em unidades amostrais superiores a 1.200m de altitude, onde a espécie estava entre as 10 com maior valor de importância (5,3) (Meyer et al. 2013a).
Referências:
  1. Ferreira, T.S., Marcon, A.K., Salami, B., Rech, C.C.C., Mendes, A.R., Carvalho, A.F., Missio, F.F., Pscheidt, F., Guidini, A.L., Dornelles, R.S., Silva, A.C., Higuchi, P. 2016. Composição Florístico-Estrutural ao Longo de um Gradiente de Borda em Fragmento de Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana Em Santa Catarina. Ciência Florestal. 26(1), p. 123-134.
  2. Higuchi, P., Silva, A.C., Almeida, J.A., Bortoluzzi, R.S.C., Mantovani, A., Ferreira, T.S., Souza, S.T., Gomes, J.P., Silva, K.M. 2013. Florística e Estrutura do Componente Arbóreo e Análise Ambiental de um Fragmento de Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana no Município de Painel, SC. Ciência Florestal. 23(1), p. 153-164.
  3. Higuchi, P.; Silva, A. C.; Ferreira, T. S.; Souza, S. T.; Gomes, J. P.; Silva, K. M.; Santos, K. F.; Linke, C.; Paulino, P. S. 2012. Influência de variáveis ambientais sobre o padrão estrutural e florístico do componente arbóreo, em um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Montana em Lages, SC. Ciência Florestal. 22(1), p. 79-90.
  4. Martins, D., Rodrigues, A.L., Chaves, C.L., Mantovani, A., Bortoluzzi, R.L.C. 2012. Estrutura de um remanescente de Floresta Ombrófila Mista em Urupema, Santa Catarina, Brasil. Revista de Ciências Agroveterinárias. 11(2), p. 126-137.
  5. Mauhs, J. 2002. Fitossociologia e Regeneração Natural de um Fragmento de Floresta Ombrófila Mista Exposto a Perturbações Antrópicas. Dissertação de Mestrado. Universidade do Vale Do Rio Dos Sinos, Rio Grande do Sul. 65p.
  6. Mognon, F., Dallagnol, F., Sanquetta, C., Corte, A.P., Maas, G. 2012. Uma Década de Dinâmica Florística e Fitossociológica em Floresta Ombrófila Mista Montana no Sul do Paraná. Revista de estudos ambientais. 14(1), p. 43-59.
  7. Pscheidt, F., Rech, C.C.C., Missio, F.F., Bento, M.A.B., Buzzi Junior, F., Ansolin, R.D., Bonazza, M., Aguiar, M.D., Silva, A.C., Higuchi, P. 2015. Variações Florístico-Estruturais da Comunidade Arbórea Associadas à Distância da Borda em um Fragmento Florestal no Planalto Sul-Catarinense. Floresta. 45(2), p. 421 – 430.
  8. Rorato, D.G. 2012. Fitossociologia de espécies nativas de mata ciliar no entorno do Reservatório Divisa, São Francisco de Paula, RS. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Santa Maria. Rio Grande do Sul. 109f.
  9. Santos, R., Elias, G.A., Martins, H.B., Padilha, P.T., Souza, J.C., Zanette, V.C. 2015. O Furacão Catarina e a floresta ombrófila mista no Parque Nacional de Aparados da Serra, sul do Brasil. Geosul. 30(60), p 109-124.
  10. Silva, A.C., Higuchi, P., Aguiar, M.D., Negrini, M., Fert Neto, J., Hess, A.F. 2012. Relações Florísticas e Fitossociologia de uma Floresta Ombrófila Mista Montana Secundária em Lages, Santa Catarina. Ciência Florestal. 22(1), p. 193-206.
  11. Soares, L.R., Ferrer, R.S. 2009. Estrutura do componente arbóreo em uma área de floresta ribeirinha na bacia do rio Piratini, Rio Grande do Sul, Brasil. Biotemas, 22 (3), 47-55.
  12. Sonego, R.C., Backes, A., Souxa, A.F. 2007. Descrição da Estrutura de uma Floresta Ombrófila Mista, RS, Brasil, utilizando estimadores não-paramétricos de riqueza e rarefação de amostras. Acta bot. Bras. 21(4), 943-955.
  13. Téo, S.J., Fiorentin, L.D., Schneider, C.R., Costa, R.H., Batista, S. 2014. Estrutura da Regeneração Natural Sujeita à Pecuária Extensiva na Região de Caçador-SC. Nativa, Sinop. 2(4), p. 199-207.
  14. Venzke, T.S. 2012. Florística de comunidades arbóreas no Município de Pelotas, Rio Grande do Sul. Rodriguésia. 63(3), 571-578.
  15. Vibrans, A.C., Sevegnani, L., Uhlmann, A., Schorn, L.A., Sobral, M.G.,Gasper, A.L., Lingner, D.V., Brogni, E., Klemz, G., Godoy, M.B., Verdi, M. 2011. Structure of mixed ombrophyllous forests with Araucaria angustifolia (Araucariaceae) under external stress in Southern Brazil. Rev. Biol. Trop. 59(3), p. 1371-1387.
  16. Vettorato, B., Nunes, V.L.C, Santos, K.L.D., Nodari, R.O., Boff, P. 2011. Ocorrência e habitat da goiabeira-serrana (Acca sellowiana) nos Campos de Cima da Serra, RS, Brasil. Resumos do VII Congresso Brasileiro de Agroecologia – Fortaleza/CE – 12 a 16/12/2011.
  17. Meyer, L., Gasper, A. L., Sevegnani, L., Schorn, L. A., Vibrans, A. C., Lingner, D. V., Verdi, M., Stivalsantos, A., Dreveck, S., Korte, A. 2013. Regeneração natural da Floresta Ombrófila Mista em Santa Catarina. In: Vibrans, A. C.; Sevegnani, L.; Gasper, A. L.; Lingner, D. V. (Ed.). Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina: Floresta Ombróila Mista. Blumenau: Edifurb. p. 191-222.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree, bush
Fenologia: perenifolia
Longevidade: perennial
Luminosidade: heliophytic
Biomas: Mata Atlântica, Pampa (Campos Sulinos)
Vegetação: Campo Limpo, Floresta Ombrófila Mista
Fitofisionomia: Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Mista Montana, Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana
Habitats: 4 Grassland, 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest
Detalhes: Espécie com hábito de arbusto ou árvore, perenifólia, nativa dos biomas Mata Atlântica e Pampa, ocorrendo nos ecossistemas de Floresta Ombrófila Mista (Backes e Irgang, 2002; Barbieri e Heiden, 2009; Flora do Brasil 2020,2016; Meyer et al. 2013a; Meyer et al. 2013b), Floresta Estacional Semidecidual e Campo Limpo (Flora do Brasil 2020, 2016) e Floresta Estacional Decidual (Gasper et al., 2013). A espécie ocorre principalmente na Floresta com Araucária e Campos do Planalto associada à Araucaria angustifolia (araucária) (Fiorentin et al., 2015; Vettorato et al. 2011), em formações de Floresta Ombrófila Mista Montana (Higuchi et al., 2015; Mognon et al., 2012; Negrini et al., 2012; Silva et al., 2012), assim como em Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana (Ferreira et al., 2016; Higuchi et al., 2013). Há registro também em mata ciliar em área de transição campo-floresta em São Francisco de Paula, RS (Rorato, 2012). A espécie é típica de bordas de capões e florestas, ocorrendo também no interior de matas de araucária no dossel inferior, porém menos frequente em locais sombrios (Barbieri e Heiden, 2009; Higuchi et al., 2013; Lorenzini, 2006). A espécie se adapta bem em locais com maiores teores de argila (Higuchi et al., 2013). Em Santa Catarina, Lorenzini (2006) encontrou a espécie no município de Celso Ramos distribuída entre 715 m de altitude, a 1692 m no município de Urubici, com maior frequência em altitudes de 900 a 1300 m.
Referências:
  1. Barbieri, R.L., Heiden, G. 2009. Árvores de São Mateus do Sul e região. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica. 1, 356 p.
  2. Ferreira, T.S., Marcon, A.K., Salami, B., Rech, C.C.C., Mendes, A.R., Carvalho, A.F., Missio, F.F., Pscheidt, F., Guidini, A.L., Dornelles, R.S., Silva, A.C., Higuchi, P. 2016. Composição Florístico-Estrutural ao Longo de um Gradiente de Borda em Fragmento de Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana Em Santa Catarina. Ciência Florestal. 26(1), p. 123-134.
  3. Fiorentin, L.D., Téo, S.J.; Schneider, C.R., Costa, R.H., Batista, S. 2015. Análise Florística e Padrão Espacial da Regeneração Natural em Área de Floresta Ombrófila Mista na Região de Caçador, SC. Floresta e Ambiente, Rio de Janeiro, 22(1), 60-70.
  4. Flora Do Brasil 2020 em construção. 2016. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: < http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ >. Acesso em: 20 dez.
  5. Gasper, A. L., Sevegnani, L., Vibrans, A. C., Sobral, M., Uhlmann, A., Lingner, D. V., Rigon-Júnior, M. J., Verdi, M., Stival-Santos, A., Dreveck, S., Korte, A. 2013. Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina: espécies da Floresta Ombróila Mista. Rodriguésia. 64(2), p. 201-210.
  6. Higuchi, P., Silva, A.C., Almeida, J.A., Bortoluzzi, R.S.C., Mantovani, A., Ferreira, T.S., Souza, S.T., Gomes, J.P., Silva, K.M. 2013. Florística e Estrutura do Componente Arbóreo e Análise Ambiental de um Fragmento de Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana no Município de Painel, SC. Ciência Florestal. 23(1), p. 153-164.
  7. Higuchi, P., Silva, A.C., Buzzi Junior, F., Negrinii, M., Ferreira, T.S., Souza, S.T., Santos, K.F., Vefago, M.B. 2015. Fatores determinantes da regeneração natural em um fragmento de floresta com araucária no planalto catarinense. Sci. For. 43(106), p. 251-259.
  8. Lorenzini, A.R. 2006. Fitossociologia e aspectos dendrológicos da goiabeira-serrana na Bacia Superior do Rio Uruguai. Dissertação de mestrado. Universidade Estadual do Estado de Santa Catarina, Santa Catarina. 51 p.
  9. Mognon, F., Dallagnol, F., Sanquetta, C., Corte, A.P., Maas, G. 2012. Uma Década de Dinâmica Florística e Fitossociológica em Floresta Ombrófila Mista Montana no Sul do Paraná. Revista de estudos ambientais. 14(1), p. 43-59.
  10. Negrini, M., Aguiar, M.D., Vieira, C.T., Silva, A.C., Higuchi, P. 2012. Dispersão, Distribuição Espacial e Estratificação Vertical da Comunidade Arbórea em um Fragmento Florestal no Planalto Catarinense. Revista Árvore. 36(5), p. 919-929.
  11. Rorato, D.G. 2012. Fitossociologia de espécies nativas de mata ciliar no entorno do Reservatório Divisa, São Francisco de Paula, RS. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Santa Maria. Rio Grande do Sul. 109f.
  12. Silva, A.C., Higuchi, P., Aguiar, M.D., Negrini, M., Fert Neto, J., Hess, A.F. 2012. Relações Florísticas e Fitossociologia de uma Floresta Ombrófila Mista Montana Secundária em Lages, Santa Catarina. Ciência Florestal. 22(1), p. 193-206.
  13. Vettorato, B., Nunes, V.L.C, Santos, K.L.D., Nodari, R.O., Boff, P. 2011. Ocorrência e habitat da goiabeira-serrana (Acca sellowiana) nos Campos de Cima da Serra, RS, Brasil. Resumos do VII Congresso Brasileiro de Agroecologia – Fortaleza/CE – 12 a 16/12/2011.
  14. Meyer, L., Gasper, A. L., Sevegnani, L., Schorn, L. A., Vibrans, A. C., Lingner, D. V., Verdi, M., Stivalsantos, A., Dreveck, S., Korte, A. 2013. Regeneração natural da Floresta Ombrófila Mista em Santa Catarina. In: Vibrans, A. C.; Sevegnani, L.; Gasper, A. L.; Lingner, D. V. (Ed.). Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina: Floresta Ombróila Mista. Blumenau: Edifurb. p. 191-222.
  15. Backes, P., Irgang, B. 2002. Árvores do Sul: Guia de identificação & interesse ecológico. Rio de Janeiro: Instituto Souza Cruz, 1 ed. 319 p.

Reprodução:

Detalhes: Espécie monóica (Landrum, 1986) com registro de floração de outubro a novembro (Santos et al., 2011), outubro a janeiro (Sgrott, 2003) e setembro a novembro (Lorenzi, 2009); frutificação de janeiro a abril (Santos et al., 2011), janeiro a março (Hoffmann et al., 2015). Dispersão zoocórica (Negrini et al., 2012) e polinizada principalmente por aves, registro de visita por tirivas (Pyrrhura spp.), gralhas-azuis (Cyanocorax caeruleus) e bem-te-vis (Pitangus sulphuratus) (Barbieri e Heiden, 2009; Vettotorato et al., 2011) e abelhas (Gressler et al., 2006).
Fenologia: flowering (Oct~Nov), flowering (Oct~Jan), flowering (Sep~Nov), fruiting (Jan~Apr), fruiting (Jan~Mar), fruiting (Apr~May)
Síndrome de polinização: ornitophily,melitophily
Dispersor: Dispersão zoocórica (Negrini et al., 2012).
Síndrome de dispersão: zoochory
Polinizador: A espécie é polinizada principalmente por aves (Santos et al.,2011), registro de visita por tirivas (Pyrrhura spp.), gralhas-azuis (Cyanocorax caeruleus) e bem-te-vis (Pitangus sulphuratus) (Barbieri e Heiden, 2009; Vettotorato et al., 2011) e abelhas (Gressler et al., 2006).
Sistema sexual: monoecious
Referências:
  1. Barbieri, R.L., Heiden, G. 2009. Árvores de São Mateus do Sul e região. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica. 1, 356 p.
  2. Negrini, M., Aguiar, M.D., Vieira, C.T., Silva, A.C., Higuchi, P. 2012. Dispersão, Distribuição Espacial e Estratificação Vertical da Comunidade Arbórea em um Fragmento Florestal no Planalto Catarinense. Revista Árvore. 36(5), p. 919-929.
  3. Vettorato, B., Nunes, V.L.C, Santos, K.L.D., Nodari, R.O., Boff, P. 2011. Ocorrência e habitat da goiabeira-serrana (Acca sellowiana) nos Campos de Cima da Serra, RS, Brasil. Resumos do VII Congresso Brasileiro de Agroecologia – Fortaleza/CE – 12 a 16/12/2011.
  4. Gressler, E., Pizo, M.A., Morellato, P.C. 2006. Polinização e dispersão de sementes em Myrtaceae do Brasil. Revista Brasil. Bot., 29(4), p.509-530.
  5. Landrum, L.R. 1986. Campomanesia, Pimenta, Blepharocalyx, Legrandia, Acca, Myrrhinium and Luma (Myrtaceae). Flora Neotropica. 45, p.7-72.
  6. Hoffmann, P. M.; Blum, C. T.; Velazco, S. J. E.; Gill, D. J. C.; Borgo, M. 2015. Identifying Target Species and Seed Sources for the Restoration of Threatened Trees in Southern Brazil. Oryx. 49(3), p. 1 – 6.
  7. Vettorato, B., Nunes, V.L.C, Santos, K.L.D., Nodari, R.O., Boff, P. 2011. Ocorrência e habitat da goiabeira-serrana (Acca sellowiana) nos Campos de Cima da Serra, RS, Brasil. Resumos do VII Congresso Brasileiro de Agroecologia – Fortaleza/CE – 12 a 16/12/2011.
  8. Lorenzi, H. 2009. Árvores brasileiras: Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Insitituto Pantarum. 3(1), 352p.
  9. Sgrott, E. 2003. Fitossociologia da Zona Ripária no Estado de Santa Catarina. I Seminário de Hidrologia Florestal: Zonas Ripárias – Alfredo Wagner/SC – 22/09/2003.
  10. Santos, K.L.; Siminski, A.; Ducroquet, J.P H.J.; Guerr, M.P.; Peroni, N.; Nodari, R.O.Acca sellowiana goiabeira serrana. in:Coradin, L.; Siminski, A.; reis, A..2011 Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial Região Sul: plantas para o futuro.

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 12.1 Other threat habitat past,present regional
Há registros de ameaças diretas, como a presença de apenas 1 indivíduo da espécie no estudo de remanescente florestal de aproximadamente 4,5 ha no município de Vacaria, Rio Grande do Sul, no qual sofreu perturbações diversas ao longo de sua história, destacando-se o corte seletivo de araucárias, a retirada de árvores tombadas de várias espécies e alterações causadas pelo pastoreio e pisoteio de gado (Mauhs, 2002). Téo et al. (2014) estudaram a composição de fragmentos florestais com a presença da espécie sob e sem influência de atividade da pecuária, no qual a espécie se mostrou ausente em fragmentos com gado. Vettorato et al. (2011) relataram a visita à espécie de gado e cavalo. Aguiar et al. (2012) relataram que no fragmento estudado e com ocorrência da espécie passou por cortes seletivos durante o ‘’ciclo da araucária’’, nas décadas de 50 e 60.
Referências:
  1. Mauhs, J. 2002. Fitossociologia e Regeneração Natural de um Fragmento de Floresta Ombrófila Mista Exposto a Perturbações Antrópicas. Dissertação de Mestrado. Universidade do Vale Do Rio Dos Sinos, Rio Grande do Sul. 65p.
  2. Téo, S.J., Fiorentin, L.D., Schneider, C.R., Costa, R.H., Batista, S. 2014. Estrutura da Regeneração Natural Sujeita à Pecuária Extensiva na Região de Caçador-SC. Nativa, Sinop. 2(4), p. 199-207.
  3. Aguiar, M.D., Silva, A.C., Higuchi, P., Negrini, M., Fert Neto, J. 2012. Potencial de uso de espécies arbóreas de uma floresta secundária em Lages, Santa Catarina. Revista de Ciências Agroveterinárias. 11(3), p. 238-247.
  4. Vettorato, B., Nunes, V.L.C, Santos, K.L.D., Nodari, R.O., Boff, P. 2011. Ocorrência e habitat da goiabeira-serrana (Acca sellowiana) nos Campos de Cima da Serra, RS, Brasil. Resumos do VII Congresso Brasileiro de Agroecologia – Fortaleza/CE – 12 a 16/12/2011.
  5. Gressler, E., Pizo, M.A., Morellato, P.C. 2006. Polinização e dispersão de sementes em Myrtaceae do Brasil. Revista Brasil. Bot., 29(4), p.509-530.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.3 Agro-industry farming
Desde da colonização européia no Brasil, as florestas semidecíduas, onde a espécie ocorre, são uns dos ecossistemas mais severamente reduzidos, devido, principalmente pela alta fertilidade dos solos (Oliveira-Filho et al. 1994).
Referências:
  1. Oliveira-Filho, A. T., E. A. Vilela, M. L. Gavilanes & Carvalho, D. A. 1994. Comparison of the woody flora and soils of six areas of montane semideciduous forest in southern Minas Gerais, Brazil. Edinburgh Journal of Botany 51(3), 355-389.

Ações de conservação (3):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
Acca sellowiana ocorre em áreas protegidas, tais como, áreas de preservação permanente (APPs) na região de Caçador, Santa Catarina (Fiorentin et al., 2015), em reserva legal (Pscheidt et al., 2014), no Parque Nacional de Aparados da Serra, RS (Santos et al., 2015), e no Parque Nacional de São Francisco de Paula (Sonego et al., 2007). Ocorre no refugio de vida silvestre dos campos de palmas (Hoffmann et al.,2015)
Referências:
  1. Fiorentin, L.D., Téo, S.J.; Schneider, C.R., Costa, R.H., Batista, S. 2015. Análise Florística e Padrão Espacial da Regeneração Natural em Área de Floresta Ombrófila Mista na Região de Caçador, SC. Floresta e Ambiente, Rio de Janeiro, 22(1), 60-70.
  2. Pscheidt, F., Rech, C.C.C., Missio, F.F., Bento, M.A.B., Buzzi Junior, F., Ansolin, R.D., Bonazza, M., Aguiar, M.D., Silva, A.C., Higuchi, P. 2015. Variações Florístico-Estruturais da Comunidade Arbórea Associadas à Distância da Borda em um Fragmento Florestal no Planalto Sul-Catarinense. Floresta. 45(2), p. 421 – 430.
  3. Santos, R., Elias, G.A., Martins, H.B., Padilha, P.T., Souza, J.C., Zanette, V.C. 2015. O Furacão Catarina e a floresta ombrófila mista no Parque Nacional de Aparados da Serra, sul do Brasil. Geosul. 30(60), p 109-124.
  4. Sonego, R.C., Backes, A., Souxa, A.F. 2007. Descrição da Estrutura de uma Floresta Ombrófila Mista, RS, Brasil, utilizando estimadores não-paramétricos de riqueza e rarefação de amostras. Acta bot. Bras. 21(4), 943-955.
  5. Hoffmann, P. M.; Blum, C. T.; Velazco, S. J. E.; Gill, D. J. C.; Borgo, M. 2015. Identifying Target Species and Seed Sources for the Restoration of Threatened Trees in Southern Brazil. Oryx. 49(3), p. 1 – 6.
Ação Situação
3.3 Species re-introduction on going
A espécie tem potencial ambiental, por ser atraente à fauna e ter bom desenvolvimento em áreas ensolaradas, sendo recomendada em plantio em áreas degradas, além de ser uma excelente planta ornamental (Barbieri e Heiden, 2009; Costa et al., 2016; Sociedade Chauá, 2016).
Referências:
  1. Barbieri, R.L., Heiden, G. 2009. Árvores de São Mateus do Sul e região. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica. 1, 356 p.
  2. Costa, D.B., Araujo, M.M., Rorato, D.G., Chami, L.B., Aimi, S.C. 2016. Fitossociologia e Autoecologia Subsidiando a Restauração de Mata Ciliar, em Região de Transição Campofloresta. Revista Monografias Ambientais. 15(1), p.117-131.
  3. Sociedade Chauá. 2016. Comunicação pessoal.
Ação Situação
3.4 Ex-situ conservation on going
A espécie vem sendo cultivada desde final de 1800, na nova Zelândia, Europa e Uruguai, No Brasil existem pomares nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais (Santos et al.,2011). Além disso a espécie vem sendo produzida e melhorada para fins de produção por instituições governamentais como a Epagri-SC (Santos et al.,2011) e pesquisada para fins de conservação e não-governamentais como a Sociedade Chauá (Hoffmann et al., 2015)
Referências:
  1. Santos, K.L.; Siminski, A.; Ducroquet, J.P H.J.; Guerr, M.P.; Peroni, N.; Nodari, R.O.Acca sellowiana goiabeira serrana. in:Coradin, L.; Siminski, A.; reis, A..2011 Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial Região Sul: plantas para o futuro.
  2. Hoffmann, P. M.; Blum, C. T.; Velazco, S. J. E.; Gill, D. J. C.; Borgo, M. 2015. Identifying Target Species and Seed Sources for the Restoration of Threatened Trees in Southern Brazil. Oryx. 49(3), p. 1 – 6.

Ações de conservação (6):

Uso Proveniência Recurso
1. Food - human natural flower
As pétalas da espécie são comestíveis e usadas em geléias (Landrum, 1986; Backes e Irgang, 2002).
Referências:
  1. Landrum, L.R. 1986. Campomanesia, Pimenta, Blepharocalyx, Legrandia, Acca, Myrrhinium and Luma (Myrtaceae). Flora Neotropica. 45, p.7-72.
  2. Backes, P., Irgang, B. 2002. Árvores do Sul: Guia de identificação & interesse ecológico. Rio de Janeiro: Instituto Souza Cruz, 1 ed. 319 p.
Uso Proveniência Recurso
16. Other cultivated
A madeira da espécie é utilizada para lenha e carvão (Back et al., 2009; Backes e Irgang, 2002).
Referências:
  1. Brack, P., Singer, R.F., Casagrande, A., Pedrollo, C.T., Milanesi, L.S., Grings, M., Panizzi. R., Talbot, V. 2009. Levantamento preliminar da flora e da vegetação do vale do rio Pelotas, no município de Bom Jesus, RS, e a importância de sua conservação. INGA Estudo Ambientais.
  2. Backes, P., Irgang, B. 2002. Árvores do Sul: Guia de identificação & interesse ecológico. Rio de Janeiro: Instituto Souza Cruz, 1 ed. 319 p.
Uso Proveniência Recurso
13. Pets/display animals, horticulture natural
Possui valor ornamental, em razão das flores, frutos e folhagem atraentes (Brack et al., 2009).
Referências:
  1. Brack, P., Singer, R.F., Casagrande, A., Pedrollo, C.T., Milanesi, L.S., Grings, M., Panizzi. R., Talbot, V. 2009. Levantamento preliminar da flora e da vegetação do vale do rio Pelotas, no município de Bom Jesus, RS, e a importância de sua conservação. INGA Estudo Ambientais.
Uso Proveniência Recurso
3. Medicine - human and veterinary natural leaf
A espécie apresenta características farmacêuticas, sendo utilizada as folhas para o tratamento de diarreias crônicas (Lorenzini, 2006).
Referências:
  1. Lorenzini, A.R. 2006. Fitossociologia e aspectos dendrológicos da goiabeira-serrana na Bacia Superior do Rio Uruguai. Dissertação de mestrado. Universidade Estadual do Estado de Santa Catarina, Santa Catarina. 51 p.
Uso Proveniência Recurso
16. Other cultivated whole plant
A espécie é recomendada para plantios em áreas degradadas em função de atração à fauna e bom desenvolvimento em ambientes ensolarados (Barbieri e Heiden, 2009).
Referências:
  1. Barbieri, R.L., Heiden, G. 2009. Árvores de São Mateus do Sul e região. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica. 1, 356 p.
Uso Proveniência Recurso
1. Food - human fruit
Frutos comestíveis ao natural, assim como em geléias e goiabadas (Backes e Irgang, 2002).
Referências:
  1. Backes, P., Irgang, B. 2002. Árvores do Sul: Guia de identificação & interesse ecológico. Rio de Janeiro: Instituto Souza Cruz, 1 ed. 319 p.